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segunda-feira, 30 de maio de 2016

O ENSINO RELIGIOSO COMO FORMAÇÃO ÉTICA DO SER HUMANO Natanael José dos Santos RESUMO Este artigo aborda a influência do Ensino Religioso nas escolas. Com base na formação de um alunado que venha compreender melhor a si mesmo, para que possa ir mais corajosamente e objetivamente à procura do seu rosto e poder dizer “eu” de modo autêntico. E é a partir da própria vida e do comportamento que cada indivíduo vai caracterizando sua personalidade escolhendo e definindo, as ocupações às quais irá se dedicar, e com isso descobrir o empenho sério com a própria vida que o homem descobre a si mesmo, e assim tentar mostrar o quanto a Formação Ética é importante na vida do ser humano. Discutiremos aqui o Ensino Religioso não como uma catequese ou um ensinamento doutrinário, mas um aprendizado e uma preparação para a vida. Palavras - chave: formação; ensino religioso; ética; cuidar; vivência; aprendizado. INTRODUÇÃO Há uma crise ética, que atinge as estruturas fundamentais do ser humano inserido na sociedade, na família, na escola. Entretanto, os pais e educadores encontram no cotidiano a difícil tarefa de educar seus filhos e seus alunos na verdade, na justiça, no respeito, no amor. Certamente, muitos professores têm experiências negativas em suas famílias e na sociedade e diante dessa problemática e de outras o Ensino Religioso poderá atuar como formação ética do ser humano, despertando no adolescente e no jovem a necessidade deles assumirem as tarefas da vida com responsabilidade, sendo capazes de responder por seus próprios atos. Se as instituições escolares têm a função de formar cidadãos capazes de participar ativamente na sua comunidade, é através da gênese ético que deve ser vista como questões emergentes, sabendo-se que a escola, a família e a comunidade nos mostram um relacionamento junto aos problemas que afetam a vida social, política e econômica. O Ensino Religioso não deve ser visto como complemento de carga horária para professores, mas, como um ideário que impulsiona a formação ética do cidadão, por meio de uma transformação que advém para cada pessoa que diretamente é provocada pelo ensino e os conteúdos disciplinares que lhes são oferecidos. Definindo a educação religiosa das mais diferentes formas, percebemos que o objetivo central do Ensino Religioso que aflui para um desenvolvimento pleno de transformação do sujeito humano. Sabendo que essa disciplina tem a sua fundamentação e natureza, voltada para a realização integral do ser humano diante das suas necessidades e da procura de respostas para as perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida, bem como a procura da perfeição e da realização pessoal. Diante dos diversos ensinamentos que se dispõe na sociedade, os quais poderão ser encontrados nos objetivos que estão ligados à religião, principalmente quando se coloca a questão da transcendência a que se denomina Deus, podemos encontrar na comunidade em presença da realidade de cada individuo as respostas para determinados questionamentos que a convivência nos coloca. Mesmo diante de tantas pessoas (Pais, alunos, colegas, etc.), de várias tradições religiosas, os educadores localizarão o que há de comum numa proposta educacional que tem como objetivo de estudo o Transcendente (Parâmetros Curriculares Nacionais). É comemorada por algumas pessoas uma grande conquista a aprovação em lei (LDB em seu artigo 33 - Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996), porém ninguém pode negar a complexidade e seriedade desta questão. Pretendo discutir no presente Artigo, a (re) significação das atividades do Ensino Religioso, como um aprendizado a partir da realidade de cada educando, que buscando a construção da identidade de cada um, tem o ideário de professores especializados na área, transformando algumas atitudes para um contexto atual. 1. A NATUREZA DO ENSINO RELIGIOSO Para entendermos o Ensino Religioso como um processo global, integral é necessário olhar através de uma totalidade que reúne todos os níveis de conhecimento e a compreensão da razão de ser, o Ensino Religioso deve fazer parte de uma concepção de educação. Toda sociedade possui um espaço cultural que lhe confere um caráter todo particular e fundamenta toda a sua organização dentro de um contexto político, social, religioso etc. E não é senão a parte da compreensão desse espaço que poderemos construir com as novas gerações, com os novos comportamentos que a mesmas apresentam diante de uma nova realidade que são propostas perante as imagens do individualismo, do descartável e das experiências religiosas sem instituições. Em presença dos fatos reais que a vida proporciona ao ser humano, a escola deverá oferecer em vista desses fatos o conhecimento religioso como um patrimônio da humanidade que se caracteriza pela busca de compreensão do sujeito, através de um diálogo que deve estimular por meio da interdisciplinaridade como estratégia que irá considerar esta nova representação do indivíduo. O Ensino Religioso proporcionará o reconhecimento de cada indivíduo através da sua cultura que faz uma demonstração especifica de cada um por meio do caráter universal e da antropologia cultural. Precisamos perceber que o Ensino Religioso não deve ser só uma experiência de fé, mas uma experiência através da razão do ser, sobre o fundamento do conhecimento que a antropologia filosófica reconhece os fenômenos religiosos como decorrência de uma prosperidade humana e da condição existencial, especialmente pelo interesse que a ordem pedagógica poderá dizer, e o especifico do Ensino Religioso deverá educar e proporcionar um relacionamento da melhor forma possível com a própria realidade que o cerca, que deverá ser questões diretamente ligadas à vida diante de uma reflexão de procedimento orientado ante um comportamento ético. A matéria Ensino Religioso deve ser desvinculada das religiões que se institucionalizaram e se tornaram organizações públicas ou privadas, sustentadas oficialmente como um bem do estado ou de um grupo, através da comunidade política que foi introduzida entre éticas regulada pela fidelidade dos cidadãos aos costumes e bens da comunidade política onde as práticas religiosas eram ditadas pela fidelidade aos ritos celebrativos, independente da qualidade ética dos cidadãos, como dos sacerdotes que as presidem. Assim, se tornou um dos graves problemas do cristianismo, a dicotomia entre religião e vida, que marcou fortemente a religião. Tudo isso é para nos mostrar a necessidade que temos de trabalhar o Ensino Religioso fora do proselitismo, procurando um profissionalismo que seja orientado e capacitado por uma ética e atuação muito maior que a prática que eles possuem até os dias atuais, onde os conteúdos deixaram de ser exclusivamente uma reflexão de valores e passam a explicitar outras áreas especificas dos conhecimentos religiosos que envolverão o ser humano sendo ele o educando ou o educador. A comunidade de fé não deve ser na sala de aula, porque cada aula precisa ser um momento privilegiado de reflexão sobre limites e superações. Isto implica a necessidade de se construir uma pedagogia que favoreça tal perspectiva que venha ser um objeto fruta de uma experiência pessoal interpretada na teoria e na prática, buscando respostas para as questões existenciais. Nesse processo, encontramos a elaboração de uma linguagem simbólica colaboradora na descoberta das experiências a partir da realidade de cada um, a qual poderá considerar como aspecto essencial aquilo que nos mostra a ação pedagógica do Ensino Religioso e a pedagogia do limite. Através dessa linguagem simbólica que podemos encontrar nos livros sagrados e na dimensão dos valores, onde irão decifrando a linguagem dentro de uma compreensão da experiência do transcendental. 2. A ÉTICA E O ENSINO RELIGIOSO Podemos observar diante de vários questionamentos que muitas pessoas fazem referente à ética e o Ensino Religioso, por exemplo: “para quê o Ensino Religioso se já temos a Ética como um dos temas transversais, com muitos conteúdos?” Analisando o Ensino Religioso desde tempos atrás, iremos perceber que a ética é um dos objetivos principais do Ensino Religioso. Quando não há uma doutrina religiosa, podemos perceber através de uma perspectiva a qual ética estamos nos referindo. Toda instituição religiosa comporta uma ética, e toda ética conflui numa religião, no entanto à medida que a ética se encaminha no sentido do Transcendente da vida humana, muitas vezes é necessário superar os erros dos limites da ética, propondo uma ética da consciência e da liberdade em lugar da ética da lei e da obrigação. Contudo, é no Ensino Religioso que podemos encontrar a raiz da ética que contemplará a busca da Transcendência que dá sentido à vida plena proporcionando a realização do ser humano, seja uma realização no âmbito pessoal seja no social. 3. OS VARIADOS CRITÉRIOS ÉTICOS. Várias experiências são verificadas diante das circunstancias históricas que mudam e integram a fatores e fenômenos que devem ser verificados em presença da realidade de cada ser. Podemos ressaltar a ética, como um acontecimento humano que vem carregado de estrutura modular, e cada modulo que compõem os diferentes critérios éticos. São eles: Eudemonista, hedonista, do dever, voluntarista, da liberdade e o da espiritualidade. Diante desses critérios temos a impressão de que a questão ética é enfocada de maneira restritiva. A complexidade do fenômeno moral é reduzida a apenas um de seus aspectos, a uma dimensão excessivamente privilegiada. Porém esta absolutização tem conseqüências negativas para a moral, podendo enfraquecer, empobrecer a amplidão e a riqueza do âmbito da ética. E assim não conseguirá permanecer coerentes com o todo da realidade moral, porque alucinam e negam certas propriedades fundamentais. Ademais, podemos constatar que muitos dos males que desintegram a vida social, política e econômica são frutos de uma mentalidade ética Eudemonista, hedonista, utilitarista, consumista, liberal, voluntarista e de caráter ditatorial. 4. ÉTICA E CIDADANIA. A educação tem um papel fundamental na formação do cidadão, seja no campo social, religioso ou familiar. O importante é que dentro da cidadania, encontramos embutida a ética e para podermos reafirmar a importância da mesma na formação do cidadão que muitas vezes se encontra cheio de egoísmo, argucioso, querendo tirar vantagem sobre tudo e sobre todos. A formação da cidadania tem que partir de casa, desde a criança, ou seja, através da educação familiar, porque é a partir dela que vêm as primeiras orientações, os primeiros ensinamentos e exigências, os deveres e direitos, os relacionamentos afetivos e sentimentais, os benefícios, os aprendizados e práticas de valores cidadãos no processo racional e emocional. Podemos observar um grande gesto cidadão quando temos a coragem de deixar o ambiente da forma que o encontramos. Porque é a partir desse gesto que percebemos o verdadeiro sinal de respeito e amor ao próximo. É na formação ética que a educação se nutre e se mantém do conhecimento e de um bom relacionamento, do bem comum, da qualidade de vida e da cidadania, a mesma traz dentro de si os seus pilares, como disciplina, ética, gratidão, religiosidade e solidariedade. A ética deve estar presente em todas as ações da Cidadania e principalmente na Familiar, a qual tem condição de reger o nosso comportamento e um deles é a perda do controle da razão; porque quando agimos sem pensar, prejudicamos muito as outras pessoas, os nossos relacionamentos e o ambiente que nos circunda. Salientamos que a ética pode ser ensinada aos filhos e aos alunos, assim, a mesma pode fazer parte de todas as ações dos nossos educando e se tornar tão natural, que possa ser vivenciada como algo que filhos e alunos já possuem desde o nascimento. Ao nascer uma pessoa, sabemos o quanto ela precisa do outro para sobreviver, e é através desses pontos éticos citados pelo o escritor Içami Tiba em seu livro Quem ama, Educa! São eles: O Amor Dadivoso; o Amor que Ensina; o Amor que Exige; o Amor que Troca; o Amor que Recebe (Cf. Cap.3, p.290-295/2007). Diante desses elementos que aludimos, podemos perceber o quanto temos que aprender a lidar com as questões do amor que com gestos simples e espontâneos como um sorriso, um beijo, um olhar carinhoso, é pequenos acenos que sem duvida alimentará a auto-estima do cidadão. 5. SEM CUIDADO DEIXAMOS DE SER HUMANO. Ao delinearmos algo em nossa vida, devemos ter o cuidado na construção ontológica da realidade, do querer e o desejar que se encontre enraizado no cuidado essencial. É a partir desse cultivo que nós educadores e pais teremos que apresentar na vida das nossas crianças, dos nossos jovens que estão se estruturando, uma prática onde levará os mesmos a entender e compreender o que é ser humano. A expressividade da atitude do cuidado, a dedicação, a preocupação é percebível diante da pessoa amada ou por um objeto de estimação. O cuidado somente brota quando a existência de alguém ou de algo é importante para o indivíduo. A partir desse momento, ele passa a se dedicar, a servir participando daquele destino, das buscas, dos sofrimentos e das alegrias, enfim, da vida da pessoa amada ou do objeto de estimação. Cuidado significa então esmero, diligência, zelo, atenção, bom trato. Em presença dessas denotações, podemos perceber uma atitude fundamental pela qual uma pessoa tem a condição de sair de si e centrar-se no outro com desvelo e solicitude. O profissional da educação e de modo especial o de Ensino Religioso diante do significado do saber cuidar, deverá ter o compromisso de mostrar aos seus educando que o cuidado sempre acompanha o ser humano porque este nunca deixa de amar e de se desvelar por alguém, sempre se preocupa, se envolve. Contudo, a desídia e acídia pela vida que amamos, revelariam a indiferença que é a morte do amor e do cuidar. 6. O ENSINO RELIGIOSO: UM CONJUNTO DE REGRAS. O Escritor Içami Tiba descreve em seu livro Disciplina, Limite na Medida Certa: Portanto, é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em sala de aula e, consequentemente, na escola. (Cf.117). E nós enquanto educadores terão que obedecer a esse conjunto de regras que a escola coloca em nossas mãos e ao mesmo tempo teremos que mostrar aos nossos alunos que eles também têm os mesmos deveres com a escola e só assim a escola terá um grande resultado. Devemos levar em consideração as características de cada um dos indivíduos, não se esquecendo das características do ambiente que também é fundamental para o desenvolvimento e aprendizado que faz parte de qualquer relacionamento humano. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente são criadas algumas discussões com base na pluralidade de posições e opiniões diante do Ensino Religioso, em minha opinião, essas polêmicas é a essência que o viabiliza. Passou o tempo, em que este conceito era apreendido no leito materno e na Igreja. Atendo, que a família e a igreja seja um lugar por excelência desse aprendizado, mas é considerada uma catequese. Mas o fato é que vivemos hoje numa realidade em que, apesar das limitações, a escola é o espaço privilegiado em que se pode realizar tais discussões. A Igreja deverá participar como outras entidades civis, longe de qualquer forma de proselitismo, dando oportunidade a todo indivíduo de refletir sobre as questões fundamentais da existência humana. Passamos por uma mega tendência de mudanças sociais, políticas e tecnológicas que se formam pouco a pouco a partir dos diferentes e variáveis ambientes e que, uma vez configurada, nos influencia. As organizações e as instituições existem para agir no mundo, na sociedade e na história de cada ser humano que vive e se cuida diante das manifestações da natureza e da vida social as quais leva o indivíduo a pensar, a se posicionar frente às questões fundamentais da vida e a encontrar meios ou quem sabe respostas para os diversos questionamentos do dia-a-dia. Acredito que a reflexão que nos propõe o Ensino Religioso inclui os variados critérios éticos da formação da cidadania, diante de um conjunto de regras que aplicadas corretamente, nos levam a perceber a importância de saber cuidar da natureza, permitindo esclarecer posições, e uma autenticidade na busca da integridade humana, e a colaboração para a construção de uma sociedade melhor. Muitos dizem que a sociedade está em crise, a educação este em crise, que não existe mais valores, mais ética, jogando a responsabilidade para a estrutura, mas talvez seja necessário nos interrogarmos, em que estamos colaborando para a transformação dessa sociedade em crise. Depois dessa análise, devemos nos questionar quais as oportunidades que estamos oferecendo às nossas crianças e aos nossos jovens para desenvolverem a grandeza da consciência religiosa que faz parte do seu ser. REFERÊNCIAS BOFF, Leonardo – Saber Cuidar: ética do Humano – Petrópolis, RJ : Vozes, 1999. CEREZER, Clândio – Ética, uma reflexão crítica sobre o nosso cotidiano: - Mundo jovem – porto Alegre – RS : ano 45, n. 378, p.09, jul. – 2007. FOLLMANN, José Ivo – Ética e tradições Religiosas: - Mundo jovem –porto Alegre – RS: ano 48, n.407 p.11, jun. – 2010. SILVA, Márcio Bolda da – Rosto de Alteridade: Pressuposto da ética comunitária – São Paulo : Paulus, 1195. TIBA, Içami - Disciplina, Limite na Medida Certa – São Paulo: Editora Gente, 1996 – 19 ed. TIBA, Içami – Quem Ama Educa: Formando Cidadãos éticos – Ed. Atual – São Paulo: Integrare Editora 2007.

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