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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Presbiterianismo Entrevista com Reverendo Carlos Aranha Neto (Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo) “A fé não consiste na ignorância, mas no conhecimento.” (João Calvino) Os milhões que aceitam a fé reformada creditam a Calvino a mais importante fundamentação doutrinária do movimento que abalou, no século 16, as estruturas de poder do Catolicismo romano. A esta fundamentação deu-se o nome de Calvinismo, e à forma de organização eclesiástica concebida pelo reformador de Genebra, de Presbiterianismo, que transformou a cidade suíça no modelo de execução de suas ideias. Calvino ensinava que a salvação é um assunto de eleição incondicional e independente do mérito humano. Os pressupostos da fé reformada foram trazidos para Genebra pelo francês Guilherme Farel, que com seu carisma profético convenceu a assembleia municipal da cidade a aceitar a fé reformada. Farel se tornaria grande amigo e colaborador. Juntos promoveram a reforma da igreja local, estendendo-a para a sociedade. Na Genebra de Calvino e Farel não havia separação entre Igreja e Estado; os membros do conselho da Igreja eram praticamente os mesmos membros do conselho municipal. Assim, em muitos momentos, as penalidades tornaram-se severas demais. Em 1546, o conselho da cidade executou 28 pessoas e exilou outras 76. A maior contribuição de Calvino para a fé reformada foram suas Institutas, aceitas como expressão acabada da teologia reformada, acentuando a importância da sã doutrina e a centralidade de Cristo na visão cristã. Calvino deu grande contribuição para o desenvolvimento da democracia no ocidente, aceitando o princípio representativo da direção da Igreja e do Estado, entendendo que a Igreja e o Estado foram criados por Deus e que deviam cooperar para o progresso do Cristianismo. Contrariando a mentalidade medieval, Calvino resgatou a dignidade do trabalho, uma vez que toda a ação dos crentes era para a honra e glória de Deus. Na visão calvinista, no mundo não havia dicotomia entre atividades profanas e sagradas; a vida do crente deveria ser uma extensão da vida no templo. O desenvolvimento econômico foi evidente nas nações modernas que abraçaram a fé reformada. Quando a Igreja Presbiteriana aborda a questão da sexualidade humana, como cristãos, recorrem em primeiro lugar, à Bíblia. Embora a mensagem bíblica seja a de mostrar o eterno amor de Deus demonstrado na pessoa de Jesus, eles acreditam que ele tem muito a ensinar ao ser humano nas questões relacionadas ao sexo. Segundo a Igreja Presbiteriana Cristã, o sexo deve ser praticado no seio de um matrimônio. A Bíblia é clara ao afirmar que a união entre um homem e uma mulher deve ocorrer somente neste contexto. O adultério, a prostituição e toda forma de imoralidade em geral são condenados por Deus e distorcem seu plano para a felicidade sexual das pessoas. Embora a cultura e os costumes modernos tentem passar para os cristãos que uma relação sexual entre solteiros ou fora do contexto do casamento não seja errada, a Igreja Presbiteriana aconselha seus fiéis a basearem-se nos inúmeros versículos bíblicos que mostram o contrário. O sexo, segundo a visão cristã Presbiteriana, não tem como objetivo somente a procriação, mas também o prazer. Dentro de seus preceitos, eles acreditam que os casais precisam repensar e explorar a sensualidade que um pode oferecer ao outro, o que muitas vezes, por ignorância, é visto como algo pecaminoso. De acordo com a Igreja Presbiteriana, quando um casal cristão explora a sensualidade para enriquecer a relação conjugal, colhe grandes benefícios. Para tanto, precisam valorizar mais os toques físicos (abraços, afagos afetuosos, etc.), o olfato (perfumes, velas perfumadas), a audição (música romântica, palavras de admiração), a visão (pessoal e do ambiente) e o paladar na relação a dois. A Igreja Presbiteriana acredita que um bom caminho para os casais cristãos “reinventarem” suas vidas sexuais é fazerem, a dois, uma releitura do livro de Cantares de Salomão. O relacionamento sexual para os presbiterianos deve ser enriquecedor para que ambos, marido e esposa, experimentem todo o prazer que o sexo pode trazer. Para eles, Deus projetou a sexualidade para ser praticada no contexto conjugal, sendo suficiente o bastante para saciar o apetite sexual. Segundo o Reverendo Carlos, ainda não existe uma manifestação oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, da qual faz parte a igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, sobre o assunto medicina da reprodução. Os princípios bíblicos básicos a respeito da reprodução humana e ao direito inalienável da vida humana, são, porém, inquestionáveis. Voltando ao nível da Igreja Presbiteriana, as opiniões dos seus pastores têm grande valor, mas devem ser limitadas à responsabilidade individual destes. Pessoalmente, ele afirma que essa questão de medicina da reprodução precisa ser reconhecida como algo novo, e em caminho de rápidas evoluções. Ele declara que o fundamental é o valor da vida humana, portanto são contrários ao aborto, exceto em caso de aborto terapêutico, quando está em risco a saúde da mãe ou quando a gravidez for fruto de um estupro. Assim, se existem técnicas de reprodução humana como os caminhos planejados para a gravidez, consideram tais procedimentos extraordinários, e sinais da aprovação divina. Se tais procedimentos colaboram para assegurar, melhorar, ou conservar a vida, não há restrições que impeçam o tratamento. Para o líder da Igreja Presbiteriana, todas as técnicas da medicina de reprodução assistida, dentre elas, o coito programado, são perfeitamente válidas, pois não existe restrição em prol da vida. E ainda complementa que tanto a inseminação artificial quanto a fertilização in vitro, são vistas como procedimento médico científico sem interferência no aspecto moral de uma ética religiosa. Se o médico do casal acredita que a única maneira de terem filhos é por estes métodos, não há problemas, e finaliza dizendo: “Que Deus abençoe!”. Em relação à doação de embriões, o Reverendo diz que não há nenhuma restrição desde que os doadores e receptores tenham plena consciência do que estão fazendo. Espiritual e eticamente, não vê problema algum, desde que dentro do limite do respeito, da dignidade. Porém, salienta que o uso com segundas intenções, com objetivo de multiplicação ou comercial, é uma deturpação, mas acredita que a medicina não caminha por essa área. Ele complementa que se pode comparar essa alternativa como uma adoção, só que em forma de embrião. Para o representante, também não existe empecilho algum do ponto de vista da ética cristã quanto ao congelamento de óvulos e embriões. Porém, uma situação paralela não abordada na pergunta trará dificuldades morais, caso o relacionamento com um homem não envolver os compromissos normais de um casamento. O problema não estaria nessa perspectiva de planejamento e sim na atitude da mulher quanto à utilização dos óvulos ou embriões, como por exemplo, o envolvimento com um homem qualquer apenas com o objetivo da maternidade. Já se, após anos, ela encontrar sua alma gêmea e resolver ter um filho dentro do matrimônio, essa atitude sim é que terá importância mediante a igreja, e não os métodos adotados. Do mesmo modo ele é favorável à doação de sêmen e óvulos, pois se a doação tiver o propósito de celebrar a vida, com intuito de trazer felicidade para o ser humano, dentro da visão cristã não há problemas. Contudo, novamente ressalta que, caso haja fins comerciais, essa prática é vetada pela igreja presbiteriana.

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